Sustentabilidade não é mais tendência, é necessidade
No banheiro, na pia, no
escritório, no quintal, de uns meses pra cá tenho me pego analisando o tanto de
lixo que tenho produzido e a sensação que sinto é a de que o lixo se multiplica
diariamente em suas respectivas lixeiras, tenho refletido sobre o suposto destino
de todo esse descarte, sobre o consumo diverso e, consequentemente, o desuso de
embalagens diversas, tenho pensado no quanto esse número pode ser exorbitante
se multiplicado por cada habitante da terra e, obviamente, se as outras pessoas
tem tido os mesmo questionamentos que eu. Por quanto tempo estaria nosso
planeta apto a receber tanto lixo, será que em algum momento nossa aquática
terra irá começar a se defender dessa população poluente e despreocupada com
sua manutenção, será que mesmo sem perceber já não estamos sendo atingidos pelo
resultado de nossa própria falta de bom senso?
Não por acaso, os receptores
domésticos de lixo, ficam quase sempre numa posição estrategicamente escondida,
não por ser lixo, já que todo mundo o produz, mas porque, sabe-se lá por qual
motivo, alguém instituiu que ele seria visto como algo que nos envergonharia, em
algum momento do desenvolvimento de nossa sociedade “moderna” alguém o nomeou
membro da escola da qual já faziam parte o pum e o arroto. O que nem todo mundo
parou pra pensar foi que o lixo nem sempre precisa ser tratado com
inferioridade, e que dá sim pra assimilar a prática do reaproveitamento quase
sempre, quase. Já faz um tempo que o termo sustentabilidade vem se tornando
figura repetida no que diz respeito as ações de modernização de produtos e empreendimentos,
mas atualmente esse termo deixou de ser tendência e passou a ser necessidade, sustentabilidade
não é mais opção, é necessidade, o planeta berra por políticas e ideias auto
sustentáveis e é função de cada habitante procurar saber como pode ajudar e o
que fazer para minimizar o possível impacto causado pela poluição ambiental,
oriunda do descarte imprudente de bens e produtos na natureza. Não adianta reclamar
da prefeitura se você não perde a chance de se livrar de algo pela janela do carro,
é certo que vivemos num país onde a cultura da coleta seletiva ainda é um hábito
muito discreto e impraticado, mas podemos ao menos prezar pela limpeza de
nossas ruas, avenidas e cidades, cuidando para que o lixo esteja sempre no
local onde deve ser descartado, que é na lixeira, e posteriormente no caminhão
do serviço de limpeza pública, as pessoas tem a péssima mania de procurar um
rosto para culpar todos os males que assolam a sociedade, mas nunca se dão ao
direito de se perguntarem o que elas tem feito para criar melhorias e, por sua
vez, zelar por melhorias no que diz respeito à limpeza daquilo que é
responsabilidade e propriedade de todos.
Ainda é difícil pra muita gente
entender, mas lixo é uma coisa que não evapora da noite pro dia, nem é
ex-namorado pra ser eliminado sem merecer uma segunda chance, lixo é algo
importante, que precisa ser estudado e avaliado, pois o consumo exagerado da
sociedade contemporânea tem gerado pessoas hiper consumistas e, consequentemente,
pessoas mega produtoras de entulho, entulho esse que pode demorar milhões de
anos para se decompor na natureza e que, de algum modo, não encerra o problema
quando recolhido pelo serviço público de limpeza. Ser sustentável não é só
reaproveitar pote de sorvete pra guardar feijão, ser sustentável é pensar no
que se está fazendo no presente para se ter um futuro, é entender que o pouco é
o necessário, que tem que se fazer sozinho sem esquecer do coletivo, que tudo,
absolutamente tudo possui um próprio ciclo e, portanto, exige analise e
entendimento do que representa e não deixando de pensar nisso que vai se
resolver os problemas do planeta. É uma triste constatação, mas na era da
obsessão pelo like, a pessoa que posta foto de frente para o mar com a legenda “Obrigado,
Deus!” é a mesma que esquece de levar seu lixeirinho remoto para a praia e não
se incomoda nem um pouco em deixar seus descartes por lá, pior ainda, acha que
alguém tem obrigação de passar pelo mesmo local e recolher tudo por ele, e se o
pior acontece vai logo mudando a legenda da vida para “Por que, meu Deus?”.
Comentários
Postar um comentário